Descobertas


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O que escolhemos para comer pode determinar o risco de desenvolver alguns cancros mais comuns, concluíram vários estudos apresentados esta semana numa reunião em Boston.

As mulheres que comem bastante soja, sobretudo em crianças, poderão ter um risco de cancro de mama sensivelmente mais baixo, segundo um estudo. Já o consumo diário de carnes vermelhas parece aumentar para quase o dobro o risco de desenvolver este tipo de cancro, embora este risco possa estar associado à administração de hormonas de crescimento ao gado nos Estados Unidos da América, prática já abolida na União Europeia.

Outros estudos sugerem que os homens que comem uma dieta rica em peixe poderão ter menos risco de cancro colo-rectal e os homens fumadores que comem alimentos com concentrações elevadas de vitamina E – nozes, cereais e vegetais de folha verde – poderão ter menos risco de desenvolver as formas de cancro relacionadas com o tabaco.

Em conjunto, estas pesquisas oferecem algumas das maiores evidências de uma ligação entre a dieta e o cancro, afirmam os autores do estudo.

“Este é o primeiro estudo a relacionar a exposição à soja na infância e o risco de cancro, na idade adulta. Sugere que realmente há um efeito biológico da soja, e estamos muito entusiasmados”, afirmou a Dra. Larissa Korde, do U.S. National Cancer Institute.

Crianças a Pintar

O excesso de actividades extra-curriculares em crianças não aumenta o stress, contribui antes para uma melhor organização do tempo e aumenta a auto-estima, aponta um estudo da SRCDSociety for Research in Child Development, dos EUA.

Segundo este trabalho da SRCD – desenvolvido por Joseph Mahoney (Yale University), Angel Harris (University of Texas at Austin) e Austin e Jacquelynne Eccles (University of Michigan), as actividades fora da escola ajudam a promover a auto-estima e até a melhorar os resultados académicos, dado que as crianças aprendem a organizar melhor o tempo e fazem novos amigos. Entre estes jovens há também menos fumadores e toxicodependentes.

O estudo foi realizado nos EUA e acompanhou, da infância à idade adulta, 695 jovens de diferentes estratos sociais. O trabalho concluiu ainda que as actividades organizadas não ocupam assim tanto tempo e que os miúdos até perdem mais horas frente ao computador ou à televisão.

Em média, as crianças entrevistadas gastavam cerca de cinco horas por semana em actividades como o desporto, a música ou artes. O trabalho também revelou que as crianças não participam em actividades por pressão dos pais ou outros adultos, mas antes porque querem.

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As mulheres que aumentam de peso entre gravidezes, mesmo apenas 3,4 quilogramas, podem pôr em risco a sua saúde e a dos seus bebés, alerta um estudo divulgado pela revista médica britânica The Lancet.

O estudo, realizado por Eduardo Villamor, da Harvard School of Public Health (EUA), e Sven Cnattingius, do Instituto Karoslinska de Estocolmo, incidiu 150 mil mulheres suecas que deram à luz dois filhos entre 1992 e 2001.

Os resultados da investigação provam, segundo os seus autores, que as mulheres com excesso de peso ou obesas que planeiem engravidar devem perder peso, e que mesmo as mulheres de peso saudável devem evitar engordar antes da segunda gravidez.

De acordo com o estudo, uma subida de uma ou duas unidades deste índice nos dois anos que decorrem, em média, entre o primeiro parto e uma segunda gravidez aumenta entre 20% e 40% as probabilidades de as mulheres contraírem Diabetes ou Hipertensão.

Quanto maior for esse aumento, maiores serão também as complicações que dele derivam, sendo que o risco de dar à luz nados-mortos também aumenta com subidas superiores a três unidades do IMC.

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Segundo um estudo de investigadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, Israel, a Depressão pode causar perda de massa óssea e, subsequentemente, fracturas e Osteoporose mas os antidepressivos podem pará-la.

Vários estudos já tinham dado conta que as pessoas com Depressão perdiam em geral massa óssea, mas nunca foi estabelecida uma ligação directa entre as duas situações.

O estudo, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, explica a perda com um enfraquecimento do processo de renovação óssea, essencial para manter a densidade óssea normal. Este enfraquecimento é causado por uma redução do número de células produtoras de tecido ósseo – os osteoblastos.

A investigação mostrou que o uso crónico de um fármaco contra a Depressão não só parou este estado psicológico como a perda da densidade óssea.

Esta é a primeira vez que a Depressão é apontada em provas laboratoriais como um elemento importante da perda de massa óssea e da Osteoporose. Com esse objectivo, a empresa de transferência de tecnologia da Universidade Hebraica, Yissum, requereu uma patente para o tratamento da Osteoporose através de antidepressivos.

A perda de massa óssea é a principal causa da Osteoporose e das fracturas ósseas em pessoas idosas, em geral, em especial, em mulheres pós-menopáusicas.

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São já conhecidos os nomes dos vencedores deste ano do Prémio Nobel da Medicina.

Os laureados cientistas Andrew Z. Fire e Craig C. Mello são responsáveis pela descoberta de um mecanismo fundamental para controlar o fluxo da informação genética após um trabalho feito com base no RNA, a molécula que serve de intermediário entre a informação genética do DNA e a produção de proteínas.

Este mecanismo, apelidado de «interferência RNA», poderá ser a chave para novos tratamentos na área do bloqueamento de genes, sejam eles virais, impedindo a proliferação de agentes infecciosos, sejam genes prejudiciais, como o gene responsável pela lata taxa de colestrol.

O mecanismo descoberto por estes dois cientistas já tinha sido uma «ferramenta importante na biologia e biomedicina», acrescentou o comité Nobel, e aprensenta esperança no tratamento de um largo espectro de doenças que incluem doenças cardio-vasculares e de origem hormonal.

Este prémio, que será entregue oficialmente a 10 de Dezembro, atribuído a Andrew Fire e a Craig Mello surge após apenas oito anos de investigação nesta área, um facto raro dado que o comité responsável por estes prémios costuma atribuir galardões a investigações com maior duração.

Andrew Fire, professor de Patologia e de Genética na Universidade de Stanford, e Craig Mello, professor de Biologia Molecular na Universidade de Medicina de Massachusetts, sucedem neste prémio a dois investigadores australianos.

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