Descobertas


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Um equipa da California University publicou na Proceedings of the National Academy of Sciences aquela que so pode tornar numa nova esperança no tratamentodo cancro.

A técnica descoberta impede que o tumor tenha acesso ao oxigénio e nutrientes necessários ao seu desenvolvimento e crescimento.

Os cientistas conseguiram recriar a acção das plaquetas sanguíneas do sangue para criar coágulos no vasos sanguíneos que alimentam o tumor, impedindo-o, desta maneira, de ser alimentado.

Uma técnica semelhante é já actualmente utilizada, embora com uma eficiência ainda relativamente baixa. Os cientistas acreditam que neste novo estudo conseguiram amplificar este efeito, criando uma partícula que se une esfecificamente apenas a proteínas relacionadas com tumores, evitando assim que estes coágulos surjam noutras áreas não cancerígenas.

Os testes mostraram que, em ratinhos, estas partículas conseguiam bloquear o fornecimento de nutrientes a tumores sem danificar outros tecidos, no espaço de algumas horas.

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 Mulheres subnutridas que recebem vitaminas e suplementos minerais durante a gravidez têm menos probabilidades de gerar bebés com baixo peso, em comparação com as mulheres tratadas apenas com suplementos de ferro e ácido fólico.

A conclusão é de um estudo publicado na edição de Janeiro da revista Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine. Na amostra analisada, a taxa de baixo peso ao nascer foi de 15,2% entre os bebés de mães que receberam um suplemento de micronutrientes, contra 43,1% entre as demais.

Os recém-nascidos cujas mães tomaram vitaminas também apresentaram menor morbilidade na primeira semana de vida. A equipa acompanhou 200 mulheres com características semelhantes: gravidez entre 24 e 32 semanas e baixo peso (com índice de massa corporal abaixo de 18,5) ou baixo nível de hemoglobina (entre 7 e 9 gramas por decilitro), que indicam má-nutrição. O baixo peso ao nascer – abaixo de 2,5 quilos – é um importante indicador para a previsão de mortalidade infantil, segundo o estudo.

Este factor também aumenta o risco de a criança desenvolver doenças cardíacas, diabetes tipo 2, AVC e pressão alta. A pesquisa destaca que, em países pobres, mulheres com poucos recursos económicos têm, com frequência, deficiências em determinados micronutrientes, incluindo vitaminas C e E e complexo B. As voluntárias moravam a cerca de cinco quilómetros de um hospital na parte leste de Nova Deli, Índia, e planeavam efectuar o parto no hospital. A informação sobre as participantes, incluindo idade e peso, foi recolhida no hospital entre 1 de Maio de 2002 e 30 de Abril de 2003.

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 Uma equipa de investigadores dos EUA e do Japão criaram vacas geneticamente modificadas livres das proteínas que causam a Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE), também conhecida por Doença das Vacas Loucas.

Segundo o segundo um estudo publicado na edição on-line da revista Nature Biotechnology, esta decoberta é um atalho para imunizar os animais da doença.

Retirando células da pele de bovinos, os cientistas identificaram e desactivaram o gene que produz os priões (proteína com capacidade de modificar outras proteínas tornando-as réplicas de si própria). Com essas células, produziram doze bezerros clonados.

Para a experiência, três animais foram abatidos e os seus cérebros analisados. Segundo os cientistas, a doença não se fixou no tecido cerebral de duas vacas quando estas foram expostas aos priões. “Esta pesquisa é um grande passo para o uso de biotecnologia nos animais que irá beneficiar os consumidores”, afirmou Barbara Glenn, da Sioux Falls, a empresa de biotecnologia patrocinadora do estudo.

Especialistas afirmam que o trabalho pode oferecer um maior nível de segurança às pessoas preocupadas com a carne infectada que pode desencadear a variante humana, denominada doença de Creutzfeldt-Jakob. Contudo, qualquer alimento derivado de mudanças genéticas precisa da aprovação da FDA (Food and Drug Administration).

No momento da pesquisa, as vacas estão a ser expostas directamente à doença. O objectivo é ter certeza de que o gado fica imune à doença. O resultado final do estudo será conhecido até o fim deste ano, de acordo com o grupo.

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O momento em que um comprador decide comprar pode agora ser visto claramente no cérebro, graças a um estudo efectuado na Universidade de Stanford, EUA, e publicado na revista Neuron.

Ao grupo de voluntários que participou no estudo foram sendo mostrados bens desejáveis (como caixas de chocolate), com o respectivo preço a aparecer no ecrã apenas alguns segundos depois. Esta diferença no tempo permitiu aos investigadores diferenciarem o momento em que um voluntário decidia se desejava adquirir o produto e o momento em que avaliava a despesa que teria de fazer.

A actividade cerebral durante a experiência foi detectada por Ressonância Magnética (MRI) e mostrou claramente esta diferença, permitindo a identificação de duas áreas distintas do cérebro: a área que antecipa o prazer de possuir o artigo e a área que sente a dor de se separar do dinheiro que ele custa. Quando o preço avaliado pelo voluntário era considerado alto, a segunda zona desactivava a primeira e a decisão final do voluntário era “não comprar”.

Observando este padrão, os cientistas conseguiram prever as respostas futuras dos compradores, demonstrando que a compra impulsiva é o resultado de uma batalha entre estas duas zonas do cérebro: o prazer de adquirir vs. a dor de pagar.

Os investigadores acreditam que estes estudos podem explicar porque motivo o aparecimento do cartão de crédito veio aumentar as compras compulsivas. A avaliação do preço diminui perante a prespectiva do pagamento a crédito, ajudando assim a que a zona do “desejo” vença e a compra se realize.

O Dr. Alain Dagher, do Montreal Neurological Institute, explica que estes mecanismos evoluíram com objectivos muito mais primitivos e que é por esse motivo que a decisão de compra impulsiva se torna algo tão incosnciente e pouco racional. Estes mecanismos do cérebro são a razão porque “existem pessoas com emprego na publicidade, casinos, seguradoras e várias áreas da economia”, refere.

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As crianças com perturbações de sono têm uma maior tendência para a Depressão e Ansiedade do que as crianças que dormem tranquilamente, revela um estudo publicado no número de Janeiro da revista SLEEP – publicação oficial da American Sleep Disorders Association.

Investigadores da University of Pittsburgh School of Medicine, Pensilvânia, EUA, liderados por Xianchen Liu analisaram 553 crianças com problemas relacionados com Depressão e Ansiedade.

No grupo analisado, 72,7% das crianças com Depressão sofriam de perturbações no sono, das quais 53,5% tinham Insónia, 9% sofriam de Hipersónia e 10,1% tinham ambas estas perturbações.

As raparigas com tendências depressivas apresentavam maior tendência para ter distúrbios do sono do que os rapazes, sem que as idades apresentassem alterações significativas a estes resultados.

O estudo revela ainda que, entre as crianças com estes problemas de sono, aquelas que apresentam ambos os distúrbios têm um maior historial de doença, estando mais vezes severamente deprimidos, maior possibilidade de perda de peso, retardamento psicomotor e fatigado que aqueles têm apenas um dos problemas.

“Sabemos que a depressão está associada a problemas de sono, mas o que este estudo mostra é que, em jovens, a Insónia é o problema mais comum, e que um a combinação entre Insónia e doença do sono é um problema duplo”, disse Liu.

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Um alto nível de Ácido Úrico (hiperuricemia) está associado a problemas cognitivos entre os idosos, o que abre a porta a possíveis tratamentos, segundo um estudo divulgado na edição de Janeiro da revista Neuropsychology.

Cientistas da Johns Hopkins University e da Yale University, EUA, chegaram a essa conclusão após um estudo com 96 indivíduos de idades compreendidas entre os 60 e os 92 anos.

Desse grupo, os que tinham níveis altos de Ácido Úrico mas, mesmo assim, dentro dos parâmetros do considerado normal, registaram os piores resultados em provas de velocidade de processamento mental, memória verbal e memória operacional.

O estudo recomenda testes clínicos para comprovar se os fármacos que reduzem o Ácido Úrico podem prevenir a perda da memória e outros problemas que frequentemente precedem problemas de Demência.

No entanto, os cientistas, liderados por David Schretlen, confessaram não saberem por que existe essa relação entre ambos os factores, já que, paradoxalmente, o Ácido Úrico funciona como um anti-oxidante que se achava ser benéfico para as faculdades mentais.

Para esclarecer o mistério, os cientistas estão a tentar verificar se o Ácido Úrico produz danos vasculares no cérebro.

Musculação

Um estudo publicado na revista Cancer Research afirma que os exercícios com pesos ajudam as mulheres que tiveram Cancro da Mama a melhorar a sua qualidade de vida.

A pesquisa foi realizada entre o final de 2001 e o início de 2002 e contou com a participação de 86 mulheres que tiveram a doença nos três anos anteriores. Metade das participantes iniciou um plano de exercício com pesos durante seis meses, enquanto as outras não efectuaram exercício físico.

Após esse período, os investigadores fizeram um questionário com perguntas relacionadas com o bem-estar físico, o casamento e à actividade sexual das participantes. As mulheres que começaram a fazer exercício físico sentiram uma maior melhoria nestas áreas. Também se caracterizaram como “ mais fortes, velozes e confiantes”, factores que as ajudaram a recuperar a sensação de que controlavam os seus corpos.

Segundo investigações anteriores, o exercício aeróbico, como a caminhada, ajuda a melhorar a qualidade de vida das pacientes.

Para os autores do actual estudo, incluir a musculação pode ajudar ainda mais estas mulheres a lidarem melhor com seu corpo e com a vida.

As mulheres que sobrevivem a um Cancro da Mama apresentam frequentemente uma série de sequelas como Insónia, Aumento de Peso, Fadiga Crónica, Depressão e Ansiedade.

Jogos de Video

Os jogos de vídeo violentos estimulam nos adolescentes a actividade das regiões do cérebro ligadas às emoções e reduzem as respostas das zonas que comandam o raciocínio e o autocontrolo, segundo um estudo da Indiana University School of Medicine, EUA.

“A nossa investigação sugere que jogar certos jogos de vídeo violentos pode ter efeitos diferentes, a curto prazo, nas funções cerebrais do que jogar jogos de vídeo não violentos mas interessantes”, explica Vincent Mathews, professor de Radiologia da Indiana University School of Medicine e principal autor do trabalho.

O investigador e a sua equipa efectuaram este estudo com 44 adolescentes, com idades entre 13 e 17 anos, escolhidos ao acaso e sem problemas de comportamento.

Metade do grupo jogou durante 30 minutos um jogo que simulava um combate militar muito violento, enquanto a outra metade entreteve-se com um jogo não violento mas interessante.

No final da sessão, os participantes fizeram testes para medir a concentração e a inibição, enquanto o funcionamento do cérebro era observado em tempo real por Ressonância Magnética (IRM).

Os do grupo que jogou o jogo violento mostraram uma maior actividade na amígdala, sede da excitação emocional no cérebro. Em contraste, os que jogaram o não violento revelaram uma maior estimulação da parte pré-frontal do cérebro, ligada ao autocontrolo, precisou o investigador.

O conteúdo violento dos jogos de vídeo tem sido objecto de tentativas de regulamentação pelo Congresso dos Estados Unidos que, até agora, só resultaram num sistema de classificação semelhante ao utilizado para os filmes.

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Dois novos estudos publicados na edição de Dezembro do Journal of Orthopaedic Research mostram que o fumo de cigarros atrasa a recuperação de fracturas e lesões nos ligamentos.

No primeiro estudo, uma equipa da Washington University School of Medicine verificou o processo de cura de um grupo de ratinhos expostos a fumo de cigarro seis dias por semana, durante um mês. Havia também um grupo de controlo de ratinhos que não foram expostos a fumo.

Os cientistas verificaram que nos ratinhos expostos ao fumo o processo de cura foi mais lento desde o início.

No segundo estudo, da mesma equipa, ficou demonstrado que a exposição ao fumo de cigarros atrasou o processo de cura nas lesões em ligamentos dos ratinhos.

Ainda que o estudo tenha demontrado a associação entre fumo de cigarro e formação de cartilagem, os cientistas acreditam que fumar tem ainda outros efeitos no processo de cura que precisam de ser identificados e estudados.

Estes estudos acrescentam novos dados a pesquisas anteriores na demonstração dos efeitos do fumo de tabaco na recupeção de fracturas e lesões. Era já conhecido o facto de os fumadores terem maiores probabilidades de fractura das ancas, recuperação de fracturas e infecções nos ossos, bem como do efeito negativo na cura de feridas nos tecidos moles.

L�ngua Analgésica

Um analgésico natural, seis vezes mais potente que a Morfina, foi encontrado na saliva humana. A descoberta abre caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos mais eficazes no combate à Dor e que não comportem efeitos secundários indesejados.

Denominada “opiorfina”, a novidade vem descrita por uma equipa francesa, do Instituto Pasteur, num artigo publicado no site da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Recentemente, a equipa liderada por Catherine Rougeot já tinha identificado um potente inibidor da Dor em ratinhos, baptizado de sialorfina, e decidiu investigar se os humanos expeliam algum composto similar.

Motivados pelos resultados dos estudos em cobaias, os cientistas isolaram da saliva de humanos um pequeno peptídeo capaz de inibir a mesma classe de proteínas que a sialorfina.

Na próxima fase da pesquisa, os autores esperam identificar quais as condições fisiológicas que originam a libertação natural da substância.

Os cientistas ressaltam que, ainda que seja produzida naturalmente, as propriedades analgésicas da opiorfina precisam ser mais bem entendidas antes que se possa pensar na sua administração em humanos.

Até lá é como diz o povo, temos de ir lambendo as feridas…

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